Quem você levaria pro seu bar?

O pesadelo dos hipócritas são as pessoas autênticas e sem máscaras. Sem sombra de dúvidas ser o que é, incomoda, e muito. Mas senta aqui e vamos conversar sobre isso? Não estou nesse momento falando dos que usam uma suposta sinceridade ou autenticidade para ofender pessoas que estiverem ao alcance, com a desculpa de serem livres. Estou falando daqueles que são atacados por essas pessoas e aqui cabe aqui uma questão muito importante: precisamos nos entender enquanto existimos e saber que temos responsabilidades. Vivemos tempos sinistros em que precisamos defender o óbvio, explicar que precisamos ser radicais e intolerantes para com a intolerância (pesquisem o paradoxo da tolerância, Hannah Arendt, etc)

Quem você levaria pro seu bar, pro local em que você fala e pensa o que fala nessa sociedade em que todos se sentem criadores de conteúdo. Pois é isso mesmo, todos escrevem em banners e placas procurando viralizar, alardeiam ao mundo seus preconceitos e suas irracionalidades em nome de uma liberdade fingida e demagoga, mas não julgam ter o dever e a responsabilidade sobre suas palavras. Uma sociedade de narcisistas que culpam apenas quem lhe passou a fake news e não o próprio repasse delas. Quando você está nesse bar e é chamado a responsabilidade, começa a chorar, não de arrependimento, mas de remorso ou indignado por ser pego em flagrante em seus crimes de preconceitos. Ou seja chora apenas quando é privado de continuar seu ódio e não por um aprendizado ou arrependimento sincero.

Por isso eu julgo urgente o fim do bolsonarismo, pois nessa sociedade que está se formando distópica e distorcida os ateus estão precisando explicar para os cristãos a diferença entre o deus que antigamente eles pregavam e que está descrito em seus livros sagrados e o falso messias brazuca. E essas diferenças são gritantes e ultrajantes.

Christian de Aquino Schlögl

Christian de Aquino Schlögl

Quem eu sou? Um aprendiz de volta ao jogo. No jogo da escrita, desejando que a pena seja mais eficaz que a espada. Um jovem agnóstico em busca de descobrir e nada explicar. Jornalista fora da profissão, procurando um lugar de fala e uma prosa que comunique o bem!